A Dança de Shiva

A Dança de Shiva

"Nada está parado, tudo se move, tudo vibra" - ( 3ª Lei de Hermes Trimegistos )


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No universo todo movimento é vibratório. O todo se manifesta por esse princípio. Todas as coisas se movimentam e vibram com seu próprio regime de vibração. Nada está em repouso. Das galáxias às partículas sub-atômicas, tudo é movimento.

Todos os objetos materiais são feitos de átomos e a enorme variedade de estruturas moleculares não é rígida ou imóvel, mas oscila de acordo com as temperaturas e com harmonia. A matéria não é passiva ou inerte, como nos pode parecer a nível material, mas cheia de movimento.

"Tudo na natureza vive, tudo na natureza vibra"... desta forma fundamenta-se como tudo é arquitetado e se origina. Do verbo a Luz foi feita, a vibração da voz humana produz ondas de energia que influênciam átomos, assim como uma corda de violão ressona ao toque de outra que está em mesma afinidade, qualquer coisa que esteja viva pode influênciar outra que lhê é semelhante ou ressoante.

Os monges do budismo devocional, entoam "mantras", que são uma forma de canto que é repetido várias vezes consecutivas, afim de atingir uma frequência vibracional determinada ressoante ao Outro Objeto ou a Outra Energia, da mesma forma que um cientista moderno agita átomos até produzir ondas de calor ou originar pela vibração dos mesmos uma reação em cadeia provocando efeitos variados. Qualquer coisa que exista está em vibração, qualquer coisa que lhe seja semelhante pode vibrar juntamente com esta primeira, assim como sinos de tamanhos idênticos vibram juntos.

O Nenbutsu, ressitação do nome do Buda Amida no mantra Namo Amida Butsu, práticado pela Escola Budista Terra Pura (Shin-Shu), difundida originariamente por Hônen Shonin e seu discípulo Shinran Shonin, é uma forma de fazer o corpo e espírito vibrarem na energia do Buda Amida, O Buda da Luz Infinita, e assim chegar a iluminação (satori).

Desta forma também atuam os hinos religiosos, os cânticos sagrados, as músicas devocionais, as rezas, ícaros, etc. elevando a vibração até as esferas sagradas referidas. Mas não é só o sagrado que existe, o homem também cria ilusões e destas também existem palavras que se assemelham, como diz o ditado, "a palavra proferida é como uma flecha atirada", não volta, mas causa seu efeito e este retorna ao arqueiro, desta forma vislumbra-se que independente das intenções uma palavra pode ferir, como também pode curar. "Sempre fica um pouco de perfume nas mãos de quem oferece flores", e assim são todas as ações, pois todas elas vibram. Músicas do cotidiano tem suas vibrações, algumas positivas, outras não, palavras do cotidiano tem suas vibrações, umas boas, outras não.

O Universo Dança ao Ritmo do tambor de Shiva - Damaru - que tem a forma de uma ampulheta, simbolizando o fluir dos tempos que ele carrega em uma das mãos, Este não o para de tocar durante Eras, para que todas as coisas existam, para que todas dancem e desempenhem seu papel na Roda de Fogo, o Círculo da Vida, a Fonte do Amor que sempre se Renova, sempre em transformação como o Fogo, mas sempre Preservando sua Essência Divina, o Ritimo Certo, Sempre Fogo, Vivo, Puro e ressonante ao pricípio Criador, sempre Fiel a Centelha Divina, pois assim é a essência de Todos os Seres e de Todas as Coisas, incorruptível. Quando Shiva nescessita ajustar o ritmo da dança ela para de tocar o tambor e todo o Universo se desfaz ( Sem Som )para que ele o Reconstrua novamente. Na mão oposta ao tambor Shiva carrega o Fogo Transformador, destruidor da Ilusão, e nas outras duas manifesta os mudrá da benção - abhaya mudrá - e o da tromba de elefante - removedor de obstáculos. Shiva dança Equilibrado em cima de um anão - ignorância, ou seja, para que exista a Luz deve-se cessar a ilusão, a ignorância.

"Fiat Lux", Faça-se a Luz e a Luz foi Feita (Gen. 1-3), toda e qualquer invocação produz seu efeito, seja ela falsa ou verdadeira, o fiat lux acontece independente de suas intenções, independente de ser luz divina ou luz inferior, de ser dia ou noite, pois todas elas existem e podem vibrar e ser semelhante a qualquer outras existências, assim como o homem, semelhante ao Divino pode Lhe vibrar quando o quiser, pois tudo é o Verbo, tudo Vibra, todas as ações, todas as palavras e todos os pensamentos. A Conduta Correta leva ao Caminho do Meio, a Via Original e Divina, livre do circulo de reencarnações (samsara) a roda dos vícios.

Preservar a Centelha Divina - Imutável (Vishnu) que está sempre fazendo Vibrar a Criação - Mutável (Shiva), esta é a obra do mago branco, o cientista da luz divina, saber fazer agir as forças Universais e Naturais, influênciar os elementos com a Ordem e receber a influência do Divino (Brahman).

Evangelho de São João: "No princípio era o Verbo (a sílaba, o som). E o Verbo era Deus. (...) Tudo foi feito por Ele (o Verbo) e sem Ele nada se fez."


Hi-Kardo Guima-San:.

A Arte das Musas

"A Arte das Musas"

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O Universo surgiu do caos pela Ordem Divina, e pela Ordem uma vibração torna-se Som, e o Som transforma-se em Música. O corpo humano existe por uma ordem, da qual, a Natureza Divina orienta-se fundamentando as suas Leis; os átomos procuram harmonia entre si e assim se organizam formando a matéria orgânica, as proteínas respeitam as Leis da Natureza, e do Caos surge a Forma, mas simplesmente porque houve a obediência. O Som da Criação é Harmônico, pois só na harmonia o Bem reside, e o som que respeita o silêncio, torna-se Música, do grego μουσική τέχνη - musiké téchne, a arte das musas. A Música é a arte de conduzir o poder criador (o Som) em direções determinadas pela vontade de um Ser Individual ou Coletivo. Os animais irracionais a utilizam com o fim de encantar, juntamente com sua beleza física, os parceiros de acasalamento propà ­cios, os quais, seus instintos materiais escolhem; o ser humano em suas condições racionais, utilizam-na afim de encantar a matéria e a alma, pelo espírito, levando-os a um casamento espiritual onde ambos se harmonizam e transformam-se em um canal de irradiação superior da qual a consciência divina se manifesta. Logicamente que esta relação de Harmonia Espiritual deve ser produzida por uma vontade do espírito, do contrário seria apenas um encantamento para a matéria, uma música profana, onde os desejos prevalecem matando a vontade da consciência que deveria reinar e manifestar. Esta diferenciação de encantos, pelas condições que são manifestados, são os limiares das músicas profanas e musicas divinas, as quais podem conduzir o homem ao êxtase mais superior que se pode vivenciar ou deixá-lo em condições materialistas perigosas.
Nesta época de Kali-Yuga, as melodias ouvidas nos meios de comunicação em massa, são muitas vezes condicion adas por desejos do instinto material, onde ouvidos pouco treinados podem deixar-se levar pela beleza e recitar juramentos, encantos e até mesmo rogar pragas inconscientemente. O que, para o mundo espiritual não é uma desculpa, o que foi dito, foi dito. Muitos sofrem por receberem o que pediram, enquanto cantavam ou tocavam, pois ignoram que o som é um meio de ação no Universo, e esquecem que pelo Som tudo É criado, não aceitam também o que de bom lhes bate a porta; pois não sabendo que o pediram, não entendem porque aceitar, e sofrem novamente. "O que está em cima é como o que está embaixo, e o que está embaixo é como o que está em cima" (2ª Lei Hermética), quando o espírito sente paz e alegria, ele canta e assim o corpo astral o corresponde e influência a matéria, fazendo-a cantar alegremente e com a serenidade que veio de
Cima, quando o espírito está triste, mas a matéria começa a organizar os ritmos e ordenar o som, esta força cria da no plano material, lhe é correspondente no astral, o qual influência o espírito, levando-o a energia que veio de Baixo. A matéria é influenciada pelo espírito e o plano espiritual também pode ser influenciado pela matéria, sábio é aquele que respeita estas Leis, e delas fazem vibrar o Universo com a melodia que toca o Coração que sente. O coração descompassado angústia o espírito, o espírito apaixonado despedaça o coração, eis aqui uma lei da qual todo homem deveria se conscientizar. Uma pessoa alegre canta ricamente, enquanto a eufórica passa sua angustia e paixão a quem a houve. Atenção plena no que é pensado, verbalizado e gesticulado, tanto pela matéria quanto pelo espírito.

As melodias que conduzem a vida cotidiana, e que fazem a humanidade viver na inércia, o modo automático, do qual o espírito não tem as rédeas e apenas os desejos materiais prevalecem, são criadas por frequências de pensamentos, verbalizações e ações inconscientes, comandadas pelo instinto da matéria. No ocultismo, os pretendentes a evolução consciente, devem domar seus cavalos e não deixarem-se levar pelas melodias encantadoras da natureza, a evolução com consciência desprende-se da evolução natural, como um peregrino que almeja chegar ao topo de uma montanha, e ao invés de seguir o caminho circular, toma por dever a subida íngreme, por vias retas sem desviar de seu foco. O exercício de se conscientizar de todos os gestos mecânicos e automáticos do dia-a-dia, fortalecem o espírito, pequenos detalhes, que podem fazer a diferença para aquele que busca se transfor mar. Exercitar, tanto em Cima como Embaixo, atenção em coisas simples como: "Agora, eu vou pegar este copo!", "Agora, eu vou repousar minha matéria, mas eu continuo Alerta!", estas afirmações levam a mente o estado de Atenção, para que um dia se possa sair dos conflitos da dualidade criada pela inércia do Samsara, o Ciclo de Nascimentos e Mortes, a Roda dos Vícios, o Mundo dos Desejos.

O Caminhante, aprendiz, deve usar a música a fim de ajudar o progresso, na sua evolução e dos que estão a sua volta ouvindo o que seu corpo, mente e espírito cantam. O Plano da correspondência nos ensina, pela Grande Natureza, os princípios universais de toda criação.



Hi-Kardo Guima-San:.

O que Soou

"Eu Sou Muriddae

Que vive a procurar

Na lama dos porcos

No lodo dos rios

A Verdade

De tão simples onde está!"

guima-san