O Universo surgiu do caos pela Ordem Divina, e pela Ordem uma vibração torna-se Som, e o Som transforma-se em Música. O corpo humano existe por uma ordem, da qual, a Natureza Divina orienta-se fundamentando as suas Leis; os átomos procuram harmonia entre si e assim se organizam formando a matéria orgânica, as proteínas respeitam as Leis da Natureza, e do Caos surge a Forma, mas simplesmente porque houve a obediência. O Som da Criação é Harmônico, pois só na harmonia o Bem reside, e o som que respeita o silêncio, torna-se Música, do grego μουσική τέχνη - musiké téchne, a arte das musas. A Música é a arte de conduzir o poder criador (o Som) em direções determinadas pela vontade de um Ser Individual ou Coletivo. Os animais irracionais a utilizam com o fim de encantar, juntamente com sua beleza física, os parceiros de acasalamento propà cios, os quais, seus instintos materiais escolhem; o ser humano em suas condições racionais, utilizam-na afim de encantar a matéria e a alma, pelo espírito, levando-os a um casamento espiritual onde ambos se harmonizam e transformam-se em um canal de irradiação superior da qual a consciência divina se manifesta. Logicamente que esta relação de Harmonia Espiritual deve ser produzida por uma vontade do espírito, do contrário seria apenas um encantamento para a matéria, uma música profana, onde os desejos prevalecem matando a vontade da consciência que deveria reinar e manifestar. Esta diferenciação de encantos, pelas condições que são manifestados, são os limiares das músicas profanas e musicas divinas, as quais podem conduzir o homem ao êxtase mais superior que se pode vivenciar ou deixá-lo em condições materialistas perigosas.
Nesta época de Kali-Yuga, as melodias ouvidas nos meios de comunicação em massa, são muitas vezes condicion adas por desejos do instinto material, onde ouvidos pouco treinados podem deixar-se levar pela beleza e recitar juramentos, encantos e até mesmo rogar pragas inconscientemente. O que, para o mundo espiritual não é uma desculpa, o que foi dito, foi dito. Muitos sofrem por receberem o que pediram, enquanto cantavam ou tocavam, pois ignoram que o som é um meio de ação no Universo, e esquecem que pelo Som tudo É criado, não aceitam também o que de bom lhes bate a porta; pois não sabendo que o pediram, não entendem porque aceitar, e sofrem novamente. "O que está em cima é como o que está embaixo, e o que está embaixo é como o que está em cima" (2ª Lei Hermética), quando o espírito sente paz e alegria, ele canta e assim o corpo astral o corresponde e influência a matéria, fazendo-a cantar alegremente e com a serenidade que veio de Cima, quando o espírito está triste, mas a matéria começa a organizar os ritmos e ordenar o som, esta força cria da no plano material, lhe é correspondente no astral, o qual influência o espírito, levando-o a energia que veio de Baixo. A matéria é influenciada pelo espírito e o plano espiritual também pode ser influenciado pela matéria, sábio é aquele que respeita estas Leis, e delas fazem vibrar o Universo com a melodia que toca o Coração que sente. O coração descompassado angústia o espírito, o espírito apaixonado despedaça o coração, eis aqui uma lei da qual todo homem deveria se conscientizar. Uma pessoa alegre canta ricamente, enquanto a eufórica passa sua angustia e paixão a quem a houve. Atenção plena no que é pensado, verbalizado e gesticulado, tanto pela matéria quanto pelo espírito.
As melodias que conduzem a vida cotidiana, e que fazem a humanidade viver na inércia, o modo automático, do qual o espírito não tem as rédeas e apenas os desejos materiais prevalecem, são criadas por frequências de pensamentos, verbalizações e ações inconscientes, comandadas pelo instinto da matéria. No ocultismo, os pretendentes a evolução consciente, devem domar seus cavalos e não deixarem-se levar pelas melodias encantadoras da natureza, a evolução com consciência desprende-se da evolução natural, como um peregrino que almeja chegar ao topo de uma montanha, e ao invés de seguir o caminho circular, toma por dever a subida íngreme, por vias retas sem desviar de seu foco. O exercício de se conscientizar de todos os gestos mecânicos e automáticos do dia-a-dia, fortalecem o espírito, pequenos detalhes, que podem fazer a diferença para aquele que busca se transfor mar. Exercitar, tanto em Cima como Embaixo, atenção em coisas simples como: "Agora, eu vou pegar este copo!", "Agora, eu vou repousar minha matéria, mas eu continuo Alerta!", estas afirmações levam a mente o estado de Atenção, para que um dia se possa sair dos conflitos da dualidade criada pela inércia do Samsara, o Ciclo de Nascimentos e Mortes, a Roda dos Vícios, o Mundo dos Desejos.
O Caminhante, aprendiz, deve usar a música a fim de ajudar o progresso, na sua evolução e dos que estão a sua volta ouvindo o que seu corpo, mente e espírito cantam. O Plano da correspondência nos ensina, pela Grande Natureza, os princípios universais de toda criação.
Hi-Kardo Guima-San:.
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